Queimadas: A destruição que silencia comunidades e devasta o Cerrado.
- Eduardo Alves
- 10 de out.
- 2 min de leitura
Por Evelyn Bomfim, aluna da 2ª série do EM.
O aumento drástico das queimadas em Goiás acende, mais do que nunca, um alerta para a
gravidade do problema ambiental que enfrentamos. O fogo, que deveria ser exceção, se tornou rotina em diversas regiões do estado, destruindo não apenas a vegetação do Cerrado, mas também ameaçando vidas humanas, modos de existência tradicionais e a própria estabilidade climática do país.
O Cerrado é um dos biomas mais importantes do Brasil e, paradoxalmente, um dos mais
ameaçados. Conhecido como “berço das águas”, ele abastece grandes bacias hidrográficas que garantem água para milhões de brasileiros. Quando as queimadas avançam sobre suas áreas, não é apenas a biodiversidade que desaparece: compromete-se o ciclo da água, aumenta-se a emissão de gases poluentes e eleva-se o risco de crises hídricas e energéticas. Em outras palavras, cada hectare de Cerrado queimado é uma perda que ultrapassa fronteiras regionais.
As consequências diretas também são sentidas pela população goiana. A fumaça das queimadas torna o ar irrespirável, provocando uma escalada nos casos de problemas respiratórios, principalmente entre crianças e idosos. Hospitais lotam, e o sistema de saúde enfrenta uma pressão que poderia ser evitada com políticas de prevenção mais eficientes. Além disso, o solo empobrecido pelo fogo se torna menos produtivo, ameaçando a agricultura e, por consequência, a economia.
Mas talvez o impacto mais cruel seja aquele sofrido pelas comunidades tradicionais, como os quilombolas e os calungas, que vivem em Goiás. Esses povos têm no Cerrado não apenas sua fonte de sustento, mas também um espaço de memória, cultura e identidade. Quando as chamas destroem suas plantações, seus territórios e suas casas, o fogo não queima apenas a terra: ele apaga histórias, fragiliza resistências e coloca em risco modos de vida que resistem há séculos. A negligência diante desse cenário é também uma forma de injustiça social.
Não é exagero afirmar que as queimadas em Goiás afetam o Brasil como um todo. O
agravamento das mudanças climáticas, a redução da biodiversidade e a perda de recursos
hídricos repercutem em diferentes regiões do país. Ao tratar as queimadas como um problema “local”, fechamos os olhos para uma ameaça que compromete nosso presente e,
principalmente, o futuro das próximas gerações.
É urgente agir. Isso passa por fiscalizar com rigor as queimadas criminosas, investir em
brigadas de combate ao fogo, apoiar as comunidades vulneráveis e, sobretudo, conscientizar a sociedade de que o Cerrado é um patrimônio nacional. Não podemos aceitar que, ano após ano, Goiás seja consumido pelas chamas, como se fosse destino inevitável.
Defender o Cerrado é defender a vida, a cultura e o futuro do Brasil. Combater as queimadas não é apenas uma escolha ambiental: é um compromisso social, histórico e ético que deve estar no centro das nossas prioridades.








Escrita perfeita, texto muito bom
texto muito bom e muito bem elaborado.