A Vulnerabilidade e a Exposição ao Uso De Drogas.
- Eduardo Alves
- 10 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de out.
Por Kayane Raíssa, aluna da 2ª série do EM.

O aumento significativo de pessoas em situação de rua no Brasil, tem ligação forte com o uso de drogas. Dados nacionais apontam que 35,5% da população em situação de rua do país refere se ao uso abusivo de álcool e outras drogas como a principal motivação para passar a viver e morar nas ruas.
O que pode começar como apenas uma experiência pode acabar sendo um vício que leva a ruína da pessoa “vicia na primeira tragada e mata em seis meses” é a forma que muitas pessoas retratam o uso de drogas.
Por outro lado, a própria condição de estar em situação de rua também aumenta a vulnerabilidade e a exposição ao uso de drogas. Muitas pessoas acabam recorrendo a elas como uma forma de aliviar o frio, a fome, o medo ou o sofrimento psicológico. Assim cria se um ciclo vicioso: o uso de drogas pode levar à rua, a rua pode intensificar o uso de drogas, tornando a recuperação e a reinserção social seja ainda mais difícil. Levando em consideração que grande parte não possui apoio familiar, renda, apoio psicológico ou quaisquer coisa nesse sentido, isso destaca a vulnerabilidade social que eles sofrem.
A desigualdade social também se revela de forma cruel na maneira como o uso de drogas é julgado. Quando uma pessoa rica ou famosa consome, é vista com compreensão e até glamourizada como alguém “em busca de alívio” ou “experimentando substâncias”. Já quando uma pessoa pobre, de baixa renda, faz o mesmo, é imediatamente taxada de “viciada”, “perdida” ou “caso sem solução”. Essa diferença de tratamento expõe o abismo social que separa privilégios de condenações, e mostra como a empatia da sociedade ainda é seletiva e reservada apenas a quem pode pagar por ela. Enquanto o rico enfrenta o vício com médicos e apoio, o pobre enfrenta a rua e o julgamento da sociedade. Aqui, o vício não é doença, é sentença social.
Enquanto a resposta for o descaso, as ruas continuarão cheias. Só quando houver política, empatia e oportunidade o vício deixará de ser sentença. É preciso compreender que ninguém escolhe o sofrimento. Ele nasce da falta de acolhimento, de saúde pública e de um sistema que prefere julgar a recuperar. O problema não se resolve com repressão, mas com humanidade, com portas abertas em vez de muros erguidos.








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